Imagine uma espécie de gincana com dois grandes grupos, mais precisamente metade de Hanga Roa de cada lado. Talvez você já tenha ouvido falar sobre uma disputa dessas entre os bois de Parintins (Amazonas), por exemplo. Na Ilha de Páscoa, no entanto, a briga é no braço. Poucos triatletas, por exemplo, poderiam fazer a versão Rapa Nui do esporte, que envolve atravessar um lago a nado, voltar de canoa e, na sequência, dar uma volta ao redor do mesmo lago com um pesadíssimo cacho de bananas nos ombros. Tem também o haka pei, que consiste em deslizar pela lateral de uma montanha vulcânica deitado sobre um tronco de bananeira. O uniforme dos competidores é parte do espetáculo: minúsculas tanguinhas que exibem a invejável forma física do povo Rapa Nui.
No Tapati, visitantes são bem-vindos, mas estão muito longe de ser o foco principal de uma ilha que vive de turismo e mistérios em torno de seus Moais. Estas competições são exclusivamente coisa de Rapa Nui para Rapa Nui e, justamente por isso, estar ali dá um certo gostinho de ver algo pela fechadura da porta. E, ao final de duas semanas, dias o grupo vencedor tem o privilégio de coroar a sua rainha, que vai ocupar o posto de Rainha do Rapanui para o ano inteiro. Esta última noite, com a dança das musas, tambores, cantos, é daqueles momentos que você tem a certeza de estar no meio do Pacífico. No passado, o clã do vencedor do Tapati ganhava o direito a reinar na ilha por um ano.
Quando ir: O Tapati acontece nas duas primeiras semanas de fevereiro, mas a Ilha de Páscoa é um bom destino o ano inteiro.
Quem leva: A Teresa Perez (ver site), com hospedagem no Explora Rapa Nui (ver site), de longe o melhor hotel da ilha. Irmão bem mais novo do Explora Atacama, a filosofia é a mesma: uma viagem de exploração mas com muito conforto e ótima gastronomia.
Para entrar no clima: Assistir ao filme Rapa Nui (1994), de Kevin Reynolds, baseado em uma lenda que descreve a guerra entre duas tribos na ilha.
Um possível substituto: Assistir ao Nadaan, na Mongólia (veja aqui).