Quando o Muro de Berlim veio definitivamente a baixo, em 1989, parece que uma nova cidade nasceu. A porção oriental se reunificou à capital alemã, trouxe suas peculiaridades todas na mala e os dois lados, juntos, começaram a se tornar, nos anos seguintes, um lugar diferente de todos no mundo. Daquele estigma que a Alemanha sempre carregou, de pessoas sérias, duras, com apego às tradições, Berlim carrega quase nada, apenas as cicatrizes. É uma capital alegre, musical, vanguardista, de gente tão jovem e descolada quanto gentil e esquisita (mas uma esquisitice boa). Rola muita arte, cultura e até um cenário gastronômico com menos joelho de porco e mais cozinha moderna dos quatro cantos do mundo. Berlim se abriu.
O Berliner Dom ou a antiga Catedral de Berlim, é um dos poucos prédios que relembram a capital alemã antes da guerra. Mas o restante da cidade, desde a reunificação em 1989, tornou-se vibrante, com áreas e prédios novos — e baladas absolutamente internacionais.
Vau
Jägerstraße 54, Berlin, Germany
Tem uma atmosfera de bistrô que se nota já nos pisos de carvalho, com uma contemporaneidade tranquila e acolhedora. Por isso mesmo – e pela cozinha alemã tradicional, mas que não exagera no número de ingredientes por prato – tem um fã-clube em Berlim. As receitas com coelho são as estrelas da casa.
Bar de vinhos, loja e restaurante, tem ambiente moderno e uma preocupação grande com o cardápio (produzem sua própria carne na zona rural da Alemanha, por exemplo). Dele saem pratos com pegada alemã e outros mixados com a cultura asiática, como o teppan de salmão.
O restaurante do momento, com sua interessante pegada fusion, trazendo elementos orientais para a cozinha sofisticada e estrelada do chef Tim Raue. É dele também o La Soupe Populaire, restaurante de pratos caseiros alemães.
Já se tornou uma instituição em Mitte, centro da cidade. Oferece pratos vietnamitas simples, mas muito leves e saborosos – e os coquetéis de frutas e chás exóticos podem bem levar a refeição rápida a virar uma noitada divertida.
Não há um hotel mais glamouroso em Berlim e com histórias mais peculiares (e turbulentas... foi até bombardeado durante a Segunda Guerra). Hoje, ainda no auge, acolhe uma leva de celebridades – e um leque de nomes como Albert Einstein, Michael Jackson e Elizabeth I já tiveram seus momentos no Kempinski. A localização é ouro puro, com vista para o portão de Brandemburgo, e o serviço segue impecável.
A idealização veio da empresa de calçados Camper – que abriu um primeiro hotel em Barcelona e imprimiu em todos seu estilo de moda casual e sofisticada ao mesmo tempo. O lugar é mesmo muito descontraído, tem um serviço correto e está muito bem localizado.
É uma forma de hospedagem muito comum e que faz sucesso em Berlim. Os apartamentos são autossuficientes, com cozinha, e dão a impressão de estar em casa, não em um hotel. Ao redor, bares e outros lugares descolados fazem a experiência melhor ainda.
Pergamonmuseum – Fundado nos anos 1930, é um museu de obras impressionantes. Guarda, por exemplo, o majestoso altar Pergamon, a entrada do mercado de Mileto e o Portal de Ishtar construído na Babilônia a pedido de Nabucodonosor.
Neues Museum – Foi construído quando o Altes Museum (Museu Antigo), ficou pequeno para as obras. Fica, assim como o Pergamon, o Altes e outros dois, na chamada Ilha dos Museus – e guarda, como estrela, o famoso busto de Nefertiti.
DDR Museum – É, com certeza, o mais interativo dos museus de Berlim – e mostra como era a vida na antiga República Democrática Alemã, a parte oriental e socialista do país. Estão reunidos ambientes das casas, escritórios, objetos do dia a dia.
Passeio de Trabant – Andando pelas ruas, não demora a encontrar empresas oferecendo passeios nos carros-símbolo da antiga Alemanha Oriental (o veículo austero que tinha fila de espera de anos para compra). O Trabi-Safari é um jeito curioso de ver a capital e ouvir antigas histórias.
Torre de TV – A torre de radiodifusão tem dois elevadores que levam 40 segundos para chegar a uma plataforma para visitantes e um restaurante giratório. São 204 metros acima do solo (e a visibilidade pode chegar a 42 km em dias claros).
Zoológico – O Zoologischer Garten tem mais de 150 anos e 35 hectares de área para encontrar os animais (tem um aquário inclusive). É também um reconhecido centro de pesquisa e reprodução animal.
Portão de Brandemburgo – Cartão-postal de Berlim, está localizado no bairro Mitte, entre a famosa avenida Unter den Linden e o O Brandenburg Tor era um dos vários portões usados para entrar na cidade séculos atrás, quando Berlim ainda era uma fortaleza – e o único que resistiu.
Berliner Dom – A catedral protestante se destaca na paisagem de Berlim. Localizada ao lado do rio Spree, colada na Ilha dos Museus, foi parcialmente reconstruída depois de ter sua cúpula incendiada por um ataque aéreo na Segunda Guerra.
Tiergarten – O “pulmão” do centro de Berlim é um parque onde se pode correr, andar de bicicleta, fazer um piquenique. Isso hoje em dia – porque, após a guerra, ele foi praticamente devastado (com a necessidade de aquecer as casas e ter comida, a área foi usada para o plantio de legumes e suas árvores viraram lenha e carvão).
Memorial dos Judeus Mortos na Europa – A parte externa do também chamado Memorial do Holocausto, como quis seu arquiteto, mexe muito com quem o vê. São 2.711 blocos colocados em níveis diversos, formando um campo ondulado (representando “um sistema ordenado que perdeu o contato com a razão”).
Passar diversas vezes por dois pontos principais, a Potsdamer Platz e a Alexander Platz. As duas praças são órgãos vitais de Berlim e pontos focais do transporte público, artérias que levam a quase qualquer lugar.
A tristeza que bate às vezes. Afinal, Berlim tem um passado histórico bastante duro. Isso fica bem claro nas reminiscências do Muro e nas “lembranças da Segunda Guerra”, como a Gedächtniskirche, a igreja que foi deixada sem restauração após bombardeios, e vários dos edifícios do centro mantiveram as marcas de balas nas fachadas (é só notar os buracos).
Se render à cozinha alemã (e a cerveja que ela representa). Porque ela pode parecer pesada e meio estranha a princípio, mas quando se aprecia um prato de embutidos acompanhado de uma bebida no fim da tarde, vira amor puro.
Os eternos canteiros de obras. É fácil parar, olhar em volta e contar pelo menos meia dúzia de guindastes ou caminhões e trabalhadores por todo lado. Desde a abertura, a parte oriental de Berlim se tornou um grande canteiro de construção. O bacana é que os novos prédios e avenidas são belíssimos.
A confusão com o idioma. Dá para usar o inglês em quase todo lugar, mas a verdade é que procurar um endereço ou tentar repetir nomes de estações, para quem não domina o alemão, requer um esforço danado. Treine pelo menos o básico no espelho – “bitte”, que seja, no sentido de “por favor”.
Berlim não se furta de relembrar o passado – mesmo que seja doloroso. A cidade tem vários novos edifícios, modernos e até arrojados, mas não tirou de cena todas as marcas dos períodos duros que sofreu.
Procurar as recordações da Segunda Guerra e do período da Guerra Fria não é difícil. Digerir é um pouco complicado, mas a capital também se esmera em mostrar superação. O chamado Checkpoint Charlie, por exemplo: um dos antigos postos militares entre o lado ocidental e o lado oriental não tem mais a função de checar documentos (com os guardas armados na escolta), mas ainda está lá, encenando a função e batendo carimbos de mentira para jovens turistas. Não deixa de ser interessante.
Alguns quarteirões além do Checkpoint Charlie fica um ponto mais crítico. O Topography of Terror é ao mesmo tempo um museu e um museu a céu aberto, com uma mostra permanente e todo um trecho original do Muro de Berlim – com explicações e histórias da construção e da vida dividida.
Outro ponto da cidade, mais ao norte, também guarda um trecho bem preservado do Muro. A East Side Gallery tem inclusive alguns dos grafites e desenhos mais marcantes feitos na parede de concreto de 4 metros de altura e que chegou a ter mais de 100 km de extensão.
Prenzlauer Berg é um bairro que, de conjunto operário planejado, passou, depois da separação da cidade, a abrigar intelectuais, artistas e estudantes na Alemanha Oriental. Desde a reunificação, as estruturas foram mantidas e reformadas – e o lugar se tornou o queridinho da capital. Cheio de pubs, bares, restaurantes e galerias, o bairro é a definição de “legal”. E ainda tem o Kulturbrauerei. Instalado no lugar onde funcionava uma cervejaria no século 19 (tombada como patrimônio histórico), é um dos mais atraentes locais de eventos em Berlim. Tem seis pátios e mais de vinte edifícios usados por artistas para acontecimentos culturais, de performances teatrais a feiras gastronômicas e encontros cinematográficos.
Pergamonmuseum – Fundado nos anos 1930, é um museu de obras impressionantes. Guarda, por exemplo, o majestoso altar Pergamon, a entrada do mercado de Mileto e o Portal de Ishtar construído na Babilônia a pedido de Nabucodonosor.
Neues Museum – Foi construído quando o Altes Museum (Museu Antigo), ficou pequeno para as obras. Fica, assim como o Pergamon, o Altes e outros dois, na chamada Ilha dos Museus – e guarda, como estrela, o famoso busto de Nefertiti.
DDR Museum – É, com certeza, o mais interativo dos museus de Berlim – e mostra como era a vida na antiga República Democrática Alemã, a parte oriental e socialista do país. Estão reunidos ambientes das casas, escritórios, objetos do dia a dia.
Passeio de Trabant – Andando pelas ruas, não demora a encontrar empresas oferecendo passeios nos carros-símbolo da antiga Alemanha Oriental (o veículo austero que tinha fila de espera de anos para compra). O Trabi-Safari é um jeito curioso de ver a capital e ouvir antigas histórias.
Torre de TV – A torre de radiodifusão tem dois elevadores que levam 40 segundos para chegar a uma plataforma para visitantes e um restaurante giratório. São 204 metros acima do solo (e a visibilidade pode chegar a 42 km em dias claros).
Zoológico – O Zoologischer Garten tem mais de 150 anos e 35 hectares de área para encontrar os animais (tem um aquário inclusive). É também um reconhecido centro de pesquisa e reprodução animal.
Portão de Brandemburgo – Cartão-postal de Berlim, está localizado no bairro Mitte, entre a famosa avenida Unter den Linden e o O Brandenburg Tor era um dos vários portões usados para entrar na cidade séculos atrás, quando Berlim ainda era uma fortaleza – e o único que resistiu.
Berliner Dom – A catedral protestante se destaca na paisagem de Berlim. Localizada ao lado do rio Spree, colada na Ilha dos Museus, foi parcialmente reconstruída depois de ter sua cúpula incendiada por um ataque aéreo na Segunda Guerra.
Tiergarten – O “pulmão” do centro de Berlim é um parque onde se pode correr, andar de bicicleta, fazer um piquenique. Isso hoje em dia – porque, após a guerra, ele foi praticamente devastado (com a necessidade de aquecer as casas e ter comida, a área foi usada para o plantio de legumes e suas árvores viraram lenha e carvão).
Memorial dos Judeus Mortos na Europa – A parte externa do também chamado Memorial do Holocausto, como quis seu arquiteto, mexe muito com quem o vê. São 2.711 blocos colocados em níveis diversos, formando um campo ondulado (representando “um sistema ordenado que perdeu o contato com a razão”).
5 coisas que você não pode evitar
Passar diversas vezes por dois pontos principais, a Potsdamer Platz e a Alexander Platz. As duas praças são órgãos vitais de Berlim e pontos focais do transporte público, artérias que levam a quase qualquer lugar.
A tristeza que bate às vezes. Afinal, Berlim tem um passado histórico bastante duro. Isso fica bem claro nas reminiscências do Muro e nas “lembranças da Segunda Guerra”, como a Gedächtniskirche, a igreja que foi deixada sem restauração após bombardeios, e vários dos edifícios do centro mantiveram as marcas de balas nas fachadas (é só notar os buracos).
Se render à cozinha alemã (e a cerveja que ela representa). Porque ela pode parecer pesada e meio estranha a princípio, mas quando se aprecia um prato de embutidos acompanhado de uma bebida no fim da tarde, vira amor puro.
Os eternos canteiros de obras. É fácil parar, olhar em volta e contar pelo menos meia dúzia de guindastes ou caminhões e trabalhadores por todo lado. Desde a abertura, a parte oriental de Berlim se tornou um grande canteiro de construção. O bacana é que os novos prédios e avenidas são belíssimos.
A confusão com o idioma. Dá para usar o inglês em quase todo lugar, mas a verdade é que procurar um endereço ou tentar repetir nomes de estações, para quem não domina o alemão, requer um esforço danado. Treine pelo menos o básico no espelho – “bitte”, que seja, no sentido de “por favor”.
O que é especial em Berlim
Berlim não se furta de relembrar o passado – mesmo que seja doloroso. A cidade tem vários novos edifícios, modernos e até arrojados, mas não tirou de cena todas as marcas dos períodos duros que sofreu.
Procurar as recordações da Segunda Guerra e do período da Guerra Fria não é difícil. Digerir é um pouco complicado, mas a capital também se esmera em mostrar superação. O chamado Checkpoint Charlie, por exemplo: um dos antigos postos militares entre o lado ocidental e o lado oriental não tem mais a função de checar documentos (com os guardas armados na escolta), mas ainda está lá, encenando a função e batendo carimbos de mentira para jovens turistas. Não deixa de ser interessante.
Alguns quarteirões além do Checkpoint Charlie fica um ponto mais crítico. O Topography of Terror é ao mesmo tempo um museu e um museu a céu aberto, com uma mostra permanente e todo um trecho original do Muro de Berlim – com explicações e histórias da construção e da vida dividida.
Outro ponto da cidade, mais ao norte, também guarda um trecho bem preservado do Muro. A East Side Gallery tem inclusive alguns dos grafites e desenhos mais marcantes feitos na parede de concreto de 4 metros de altura e que chegou a ter mais de 100 km de extensão.
Dica Top
Prenzlauer Berg é um bairro que, de conjunto operário planejado, passou, depois da separação da cidade, a abrigar intelectuais, artistas e estudantes na Alemanha Oriental. Desde a reunificação, as estruturas foram mantidas e reformadas – e o lugar se tornou o queridinho da capital. Cheio de pubs, bares, restaurantes e galerias, o bairro é a definição de “legal”. E ainda tem o Kulturbrauerei. Instalado no lugar onde funcionava uma cervejaria no século 19 (tombada como patrimônio histórico), é um dos mais atraentes locais de eventos em Berlim. Tem seis pátios e mais de vinte edifícios usados por artistas para acontecimentos culturais, de performances teatrais a feiras gastronômicas e encontros cinematográficos.
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